quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Trajetória do Ser - Meu Solo

Meu solo se chama “Minha mitologia” e parte do indutor que é “O que você deseja ser?” e foi apresentado durante um fim de semana na casa do meu namorado na cidade da Vigia, interior do nordeste do estado.
Nesse trabalho desejo ser um deus com um visual bastante erotizado e guerreiro. Misturo com minha dramaturgia pessoal e criou a historia, ou melhor, a mitologia do Deus Fogo que junto com sua irmã, Deusa Perfume se une para matar sua mãe a Grande Deusa Faca para poderem criar livremente seus universos. Para isso fiz um guisado de mitos helênicos, judaico-cristão, ameríndios e criei o meu trabalho.
Assim conto de modo cênico toda a minha relação com minha mãe e a sua religião com minha sexualidade e de que forma tudo isso nos afetou e nos separou. Como tive de passar por cima de tanta coisa, inclusive mata-la simbolicamente para que pudesse viver de forma plena minha vida e o modo que tudo isso serviu de adubo para a minha expressão artística.
A Wlad disse que em nenhuma outra profissão se pode fazer isso. Por isso é ótimo ser artista e poder fazer frescura! Confirmo que é ótimo mesmo. Mas também reafirmo que o meu trabalho tem também muito mais do que frescura. Conto de forma abusada e sacana sobre tantas dores, magoas e fatos tristes sem melo-dramatizar, pelo contrario, adquiro prazer e catarse por outras vias que não seja o choro. Eu gozo, assim sou eu! E por que digo isso? Porque alguns entenderam o comentário jocoso da Wlad como se meu solo fosse esvaziado de qualquer sentido, possuindo tão somente ‘vinhadagem’!
Deixando isso de lado, comentarei o fato de que um dos convidados que assistiu o meu solo é um psicólogo e trabalha no CREAS de Vigia, ele me disse que ficou muito tocado pela forma que eu tratei desse tema, pois no seu trabalho ele atente diversos jovens que enfrentam situações semelhantes com as que eu vivi. Ele vê como o preconceito dos familiares afeta a saúde física e mental dessas pessoas. assim ele gostaria muito que esses meninos tivessem assistido a minha apresentação e que deseja muito introduzir o Teatro como forma de expressão nas suas dinamicas de atendimento.
Outros convidados ficaram um tanto aturdidos e azedos com o que assistiram, pois me confessaram que esperavam assistir uma comedia e, no entanto tiveram uma estranha surpresa, tanto pelo visual andrógeno, como pelo texto. Sobre tudo quando inverto valores e signos como, por exemplo, quando represento a figura materna com faca que de modo bem opressor e com uma psicologia masculina histórica de dominação diz “apenas eu sou o caminho, a verdade e a vida!” e como essa imposição fere e machuca os que não se enquadram nesse padrão.
Em outro momento elevo a figura feminina na serpente chamando-a de a Sagrada Senhora da Árvore, salvadora do mundo e aproximo-a da figura de cristo que para mim simbolicamente representa a mesma coisa.
Esperando qualquer tipo de reação ao meu solo, decidi que o meu espectador participaria de forma ativa na minha cena no papel de iluminador. no inicio foi dado a cada pessoa uma lanterna, deste modo, ele veria apenas o que quizesse ou poeticamente lançaria uma luz sobre meu trabalho de acordo com sua moral.
Em fim, percepções a parte, posso dizer que foi muito gostoso e excitante esse exercício proposta pela Wlad e estou amplamente satisfeito com o resultado.
O video do meu solo

Trajetória do Ser- 05/11/2012

Hoje se completou a atividade de exibição dos vídeos com os registros dos solos de todos da turma.
Não perderei meu tempo e meu latim fazendo um resumo do que foi tais cenas e muito menos terei a empáfia de querer analisar se o trabalho de ator de meus colegas foi excelente ou não. Mesmo porque nem todos ainda são atores. Então acho injusto querer eleger quem foi melhor ou pior. Observei apenas o comprimento de suas tarefas e de que forma sua cena mobilizou sua casa, sua família, seus amigos, etc.
Quanto ao fato de algumas cenas não poderem ser visualizadas plenamente no vídeo, é um fato que não me incomoda. Pois acredito que o importante era o evento. Assim se o ator escolheu para o sua apresentação uma iluminação bem fraca, acreditando que fazia parte da estética da sua cena e que deste modo ele obteria o clima desejado para a percepção de seu espectador não vejo problema algum. Afinal a questão vídeo nesse caso tem haver somente com função registro e não com cinema. Mesmo porque nem todos possuem equipamentos adequados e sofisticados para tal fim.
Por isso acho totalmente desnecessário querer analisar o trabalho do colega alegando que não ouviu ou viu com clareza sua cena, porque o que o vídeo traz é o registro de teatro e não um filme. Desta maneira ninguém poderá saber como estava a energia e o clima na hora de suas cenas. O vídeo nessa função não consegue capturar essas coisas.
 A não ser com o uso de closes, vários ângulos de câmera, inserts, edição, trilha sonora e outras tantas das técnicas para obter um ótimo resultado, mas como eu já disse antes, isso seria Cinema e por isso mesmo, decidi apresentar o meu vídeo sem nenhuma edição e introdução de trilhas e narrações em off na pós produção. Afinal meu objetivo não era impressionar a Wlad e a turma, mas sim o publico que esteve presente nos dias de apresentação.
Se a proposta fosse analisar o solo em questões técnicas, acredito então que ele deveria ser apresentado ao vivo para toda turma em alguma sala da ETDUFPA. No entanto sei que a proposta da atividade era outra, possui um teor político que ultrapassa todas essas coisas e nesse sentido vejo e fico bastante satisfeito com o resultado do trabalho de todos.
Por tudo isso que disse e eu acredito. O que farei junto com a Fernanda e Caled, é editar e juntar esses vídeos é tentar clarear e aumentar o áudio apenas para tentar melhorar a visualização desse material.

Trajetoria do Ser- 29/10/2012

Hoje começou a exibição dos primeiros videos dos solos resultado da disciplina.
Foi bastante satisfatorio o material trazido.
Parabens amigos!!!!